Obrigado Baiana!

O Rio de Janeiro já formou vários talentos para o basquete, mas creio eu, que depois da Érica (WNBA) passamos alguns anos sem uma jogadora genial de fato. Em 2006 surge a sensacional Clarissa, que dominava o garrafão nacional com apenas 18 anos e 1,85m. A jovem pivô ano após ano, foi confirmando que era melhor na posição do país, mas os "inteligentes" sempre surgiam com o papo:"Ela é baixa, não serve para a seleção". Ainda bem que tenho orgulho de fazer parte da equipe dos "burros".

Na mesma época e no mesmo clube da Clarissa,havia uma menina de 13 anos (mirim)de fala mansa, porém, com um potencial absurdo. Com média superior a 30 pts, Isabela Ramona, comandou a sua equipe ao título em 2007.

No ano de 2008 era nome certo na seleção sub-15, uma menina simples,diferenciada e com um estilo de jogo diferente do padrão nacional (um talento absurdo para defender, pontuar e sem "chutes" loucos dos 3 pts).

Quando saiu seu nome na lista de convocadas para a Seleção Brasileira de base,um alento para todos nós que acompanhamos o basquete carioca, pois muitos achavam que viveríamos por muito tempo em função da sensacional Clarissa e que não tínhamos mais nada à oferecer.

A trajetória dela todos sabemos, mas o que me chamou mais atenção foi em uma final de Estadual que o time adversário caçava a mesma dentro de quadra, pois ela estava com uma lesão no dedo na mão do arremesso e nem assim deixou de chamar a responsabilidade. O jogo era fazer falta na Ramona, pois ela não conseguiria bater os L.L com categoria com que sempre fez.

São tantos jogos, tantos momentos... Quem não lembra da sua atuação contra São Caetano e Ourinhos no ginásio do Tijuca, pelo Nacional? Foi incrível!

Hoje a atleta faz parte da terceira melhor equipe do mundo sub-19 sendo 2 anos mais nova, porém fica a pergunta: Por que esse cara está dizendo tudo isso?

Isabela "Baiana" Ramona está deixando o basquete carioca rumo ao basquete paulista. Fica na minha memória a imagem da menina que treinava muito, humilde, com uma mentalidade acima da média, compromissada, enfim, o último símbolo do basquete carioca está nos deixando (temos meninas em formação,mas que ainda não chegaram ao mesmo patamar).

Nunca fiz parte do grupo de amigos dela e nem sei se tenho espaço nele, porém, tive a oportunidade de acompanhar sua trajetória e isso já me faz um privilegiado.

Fico na torcida pelo seu sucesso, pois hoje tenho uma filha de 9 meses e outra a caminho, que eu tenho certeza que daqui a uns 10 anos terão a oportunidade de ver um "ídolo" pela televisão. Eu não tenho dúvidas que essa baiana arretada vai chegar longe.

Obrigado por tudo e sucesso!